1.4.08

Charqueada Tropeira Gaudéria Rio Grandense Bairristafú do TCF


Final de sábado, nega véia do lado, chimarrãozinho pra esquentar o corpitcho enquanto o sol se vai, e eis que aquele orgulho que nasce com todo gaúcho chega no pé do teu ouvido e diz: "Que climão para um carreteiro de charque hein?!". E tu "pensa contigo mesmo": Mas ahhhhh!. Bom, mas como não dá mais tempo de dessalgar o charque, deixa pro domingo e vai dormir ;o)

Para quem não sabe, o carreteiro é um prato tão típico como o churrasco para o gaúcho. Os peões que levavam as tropas de gado usavam a carne salgada (charque), nas suas viagens como alimento não perecível, por muitas vezes, carregando a carne por baixo da cela do cavalo, sendo salgada com o suor do animal e secada a sombra depois. (Wazahhh, TCF tb é cultura ;o)). E como todo bom gaúcho, a principal atração do carreteiro é o seu preparo, ou seja, SEM FRESCURA. Não comece a colocar ervilha, milho, cal, areia e brita no prato, pois o bom arroz de charque é feito com arroz e carne de charque. (<- isto foi um ponto final, o que quer dizer isso mesmo: fim.) No máximo uma cebolinha e uma manjerona, para desfarçar o suor que vem de carona ;o).

Então chega de blá, blá, blá e vamos ao prato.

Ingredientes:

- 1kg de carne de charque;
- 2 cebolas médias picadas;
- 2 dentes de alho;
- 4 xícaras de arroz branco;
- sal e pimenta a gosto;
- 3 colheres de sopa de azeite da olívia;
- 1 ramo de salsinha;
- manjerona;

Modo de preparo:

Antes de mais nada, é preciso dessalgar o charque. Deixe ele de molho de uma noite para outra, trocando pelo menos 3 vezes a água. Então tudo pronto, vamos começar, essa receita é uma barbada pela sua simplicidade e vai te dar um ibope violento na cozinha (te recomendo a fazer para sogros, pais, chefes, etc. principalmente se eles curtirem uma culinária galdéria ;o).

Numa panela grande de ferro, adicione as 3 colheres de azeite e frite o charque. Quando este estiver bem fritinho, quase grudando na panela, adicione a cebola e o alho picadinho. Vá mexendo para dourar a cebola e o alho sem deixar queimar o charque. Adicione as 4 xícaras de arroz, e salgue a gosto; neste ponto você pode adicionar também umas pitadas de manjerona. Adicione agora 9 xícaras de água, despeje a salsinha picadinha e tampe essa panela que o caldeirão vai esquentar rapá. Deixe o arroz cozir (uns 20 minutos maomenos) e sirva esse negócio que tá um coice.

Dica do Japa:

- A dica do japa mais importante é: procure bem antes de comprar o charque. Encontrei um pacote de 500gr no Bourbon da Ipiranga por R$10,87 e no mercado público o kg estava R$5,80.
- Ao invés de você colocar aquela montoeira de legumes dentro do carreteiro, faça uns potinhos com tudo aquilo que você gostaria de colocar dentro mas foi impedido, dessa maneira, quem quiser que estrague o seu carreteiro, não o carreteiro todo ;o). Aqui rolou um potinho com ervilha, outro com milho, outro com cebolinha e outro com ovo picadinho.
- Não esqueça da pimenta;

Trilha sonora da receita: Churrasquinho de mãe do Teixeirinha

Have fun, aloha e coisarada.

TCF - The Cooking Fellowship é "O que a casa oferece" (.blogspot.com)

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